Há pouco mais de um mês combinei de reencontrar um amigo que não via há tempos. Marcamos no bar de sempre, ali na Cidade Baixa, para umas cevas e muita conversa. Afinal ele vinha de uma temporada em Paris, onde ele diz que foi aprender a tatuar. Eu acho que ele queria mesmo era aprender a falar fazendo beicinho. Enfim! Claro que eu cheguei na hora e ele, com aquela calma irritante e habitual, apareceu quase uma hora depois. Ainda bem que tinha chopp gelado e polenta frita no seu Nicus.
Depois da raiva e da vontade de estrangulá-lo passar, lá veio ele cheio de novidades e de uma tranquilidade sobre o que ele queria para o futuro que me deixou até um pouco desconcertada. Pô, aquele era o pior momento para ouvir de outra pessoa o quanto ela estava feliz com o caminho que tinha escolhido. Sim, egoísmo puro, que sumiu depois da terceira cerveja. Logo naquele instante, quando eu ainda tentava digerir o fato de terem puxado o tapete de deixado dos meus pés. E só tinha sobrado o pó, a sujeira e eu.
Enquanto eu finalmente tinha refeito as pazes com o jornalismo, ele veio radical e rompeu com tudo. Fez mais ou menos como recomendou o amigo do até então pacato Tom Cruise em Negócio Arrisco: "Às vezes é preciso dizer Foda-se". E ele disse. E com vontade! Porra, que merda. Quando é que eu também vou ter a coragem de gritar Foda-se pro mundo?Quantos passos para trás, quantos filmes ruins vou ter que rever na sessão da tarde antes de me reencontrar de novo? Se é que eu me encontrei algum dia comigo mesma.
Claro que não precisa ser nada tão radical como fez meu amigo. Jamais largaria tudo, abandonaria o gosto de escrever, por uma casinha no meio do nada. Tá, não é assim tão nada. Segundo ele, é uma praia maravilhosa, cheia de gente com grana e há três horas de São Paulo. Helloouuu, eu ficar sem a selva de pedra, sem internet, sem tevê a cabo, cinema, bares e boemia??? Sinto muito, meu desespero por mudanças não é tão grande assim.
Apenas quero poder voltar ao curso, acertar a rota e acordar sabendo que vou fazer algo que de alguma forma - por mais que me deixe acabada - me faz bem! Por que precisa ser sempre assim, tão difícil, dolorido. Sempre retrocedendo muito para avançar pouco? Talvez eu deva mesmo é seguir o conselho desse meu amigo: "Ô Gapp, relaxa"! Só que não tem como. Eu sou assim! Sempre me destroçando pra depois juntar os caquinhos, colar com superbonder e começar de novo, e de novo, e de novo...
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Um comentário:
Carol Meyer é a autora daquele texto... não, não é meu alterego!
O Morte e suas angústias está de volta! Quem é morto sempre volta, nem que seja pra puxar os pés dos vivos!
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