quarta-feira, outubro 18, 2006

Bem-vinda, libriana!!!

Ela entrou na sala com o nariz empinado e como se aquelas sardas fossem donas do campinho. Vinha seguida de duas fiéis escudeiras. Percorreu os olhos pelo local, escolheu a cadeira que parecia ser sua por direito e ali ficou a colocar as fofocas em dia. Era o meu primeiro dia na oitava série. Colégio novo – o quarto em tão pouco tempo de vida – e cidade nova também. Eu já tinha o meu esquema de adaptação para os primeiros dias de aula: chegava relativamente cedo, sentava bem no fundo e ficava observando os meus caros colegas, através daqueles aros de tartaruga dos óculos fundo de garrafa que usava na época.
Pelo o pouco que tinha visto até aquele momento, deveria estar ali a uns 10 minutos, só tinha uma certeza: - Cara, como tinha detestado aquela sardenta! Agora, puxando pela memória, já são mais de 16 anos, não consigo lembrar como essa pessoa a quem eu tinha odiado de cara virou uma das minhas melhores amigas. Juntas passamos por poucas e boas e ela está presente em algumas das minhas lembranças mais engraçadas.
Foram tardes de sábado de papo pro ar, confidências trocadas. Eu ensinei ela a fazer pizza e nega maluca. Ela prometeu que me ensinaria a dirigir (o que nunca rolou, ou seja, a culpa é tua de eu ter medo de carro). Ela foi no meu aniversário de 15 de vestido tubinho vermelho (um clássico na época). Ela conseguia os ingressos pras festas de carnaval mais animadas que eu já fui. Brigamos feio. Ficamos sem nos falar. Tenho uma caixa de tênis bem grande forrada com papel azul e estrelas prateadas cheia de cartas que ela me mandou nesses mais de dez anos que moramos uma longe da outra.
Ela ajudou meus pais a organizarem uma festa de 18 anos inesquecível. Ela foi a primeira visitante da minha casa. Eu percorri mais de dois mil quilômetros em dois dias só para estar com ela no dia que casou. Dei pitaco nos namoros dela (até de mais). Emprestei meus ouvidos para ouvir todas as confusões amorosas em que ela se enfiava. Ela saía do CTG e ia lá em casa vestida de prenda só pra filar um lanchinho. E, agora, essa maluca para marcar essa amizade de quase duas décadas me deu um presente que chegou hoje, dia 18 de outubro, perto das 9h30 da manhã. A Maria Gabriela, minha primeira e única afilhada! Eu ainda nem pude ver a carinha dessa libriana, o que vai acontecer só lá em dezembro, mas ela já ocupa um lugar especial no meu coração. Amo vocês duas muito!!!

Um comentário:

CarolBorne disse...

Têiti Guép, isto é simplesmente amor, na forma mais emocionante!!! Confesso que marejei, afinal, tu é Guepimáier, tu é Guepimáier
Beijos,
Caroláine