Lúdi e eu

Morreram todas por aqui???

Assim não pode, assim não dá!

Como já estou morta há aaaaaaaaaaaanos, ontem enfrentei o tempo encharcado, ventoso e frio pelo homem (infelizmente ele já fez 'a passagem') capaz de me levar às raias da emoção incontida: meu velho e bom Lúdi, também conhecido mundialmente como Ludwig van Beethoven.

Sim. Valentemente, Laurinha e eu, com nossas sombrinhas em punho, enfrentamos tsunamis do asfalto empoçado, desviamos das marquises que despejavam cachoeiras sobre as nossas cabeças, lutamos contra o vento que queria entortar nossos guarda-chuvinhas (quase inúteis àquelas horas) e fomos para a Igreja São José (sim, eu estava com alho pendurado no pescoço, FPS, óculos de sol e evitei a pia de água benta) ouvir a 5ª Sinfonia do maestro genial, 'executada' (não sei por que isso soa tão estranho no contexto) pela Ospa.

Muitos dirão que foi um 'puta programa de índio', sair naquele dilúvio pra ouvir Beethoven numa igreja. Ok, não é lá uma coisa muito 'ortodoxa', mas pelo Lúdi eu já enfrentei outras tempestades que me deixaram com água pelas coxas, praticamente... mas isso é uma outra história, de um outro tempo.

Segundo interpretações psicológicas e até cabalísticas das sinfonias do Lúdi, cada uma delas foi concebida para agir nas estruturas psicológicas mais íntimas do ser humano. Quem duvida clica aqui!

Abstraindo (e não precisa muito), imagino que os primeiros e mais conhecidos acordes da 5ª Sinfonia, que formam aquele 'tcham-tcham-tcham-tchaaaaaaaaaaaammmm', tem tudo a ver com uma tempestade se formando. É só fechar os olhos, de preferência com fones de ouvido, deitar confortavelmente e deixar a música fluir. Você vai estar dentro da sua própria tempestade, como uma força que sai de dentro, lá do fundo do subconsciente e... bom, o resto depende do quanto você é capaz de mergulhar em si mesmo.

Que foi? Tá querendo saber que papo muito louco é esse? Simples!

Enfrente a tempestade da 5ª Sinfonia e descubra.

Grande Lúdi!