quinta-feira, novembro 17, 2011

Essa vida é de morte

O cara termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade.


O pai, meio mão de ferro, dá um apertão:
- Ahh, não quer estudar? Bem...perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar...
O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de muito tempo atrás:


- Rodriguez!!!! Meu velho amigo!!! Tu te lembra do meu filho? Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando?


Aos 3 dias, Rodriguez liga:


- Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, prá começar.


- Tu tá loco!!!!! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais abaixo...


Dois dias depois:


- Zé, secretário de um deputado, salário modesto, R$ 5.000,00, tá bom assim?


- Nãooooo, Rodriguez, algo com um salário menor, eu quero que o guri tenha vontade de estudar depois....Consegue outra coisa.


- Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00 por mês e nada mais....


- Rodriguez, isso não, por favor, alguma coisa de 500,00 ou 600,00, prá começar.


- Isso é impossível Zé!!!


- Mas, por que???


- PORQUE ESSES SÃO POR CONCURSO PARA PROFESSOR, PRECISA TÍTULO SUPERIOR, MESTRADO ETC.... É DIFÍCIL...

terça-feira, novembro 15, 2011

Dos causos do primo Vini

Meu primo Vini postou essa no Facebook hoje. Chego à conclusão de que temos salvação, humanóides!
E viva a honestidade!

"Realmente.. SÓ COMIGO!

De manha roubam a minha bicicleta, ok sem apavoro! No início da tarde, chega um magrão com umas sacolas de supermercado e a bicicleta, deixa no mesmo lugar e sai mudo e calado!"

terça-feira, outubro 11, 2011

Eles se conheceram num bar.
Ele travado, ela também.
Mas ela achou que valia a pena, apesar das marcas de pés eternizados na bunda, pensou que podia arriscar.

"Ok, ele não é o meu número... parece o Ayrton Senna, sem a grana e a fama, mas me ganhou pela conversa inteligente e por gostar do George Harrison... além de tudo é gentil e engraçado".

E, depois de meia dúzia de drinks, já meio altos, decidiram ir embora.
Acabaram na casa dele, com beijos no sofá, alguma resistência e uma sensação estranha dela, de que a coisa estava meio errada, apressada, confusa mesmo.

- Melhor não... sei lá...
- Ah, você é tão linda...
- Que nada, você bebeu demais...
- Não bebi, não... você é linda, sim! Eu é que não sou grande coisa...

Entre beijos e pernas enroscadas, etilizados demais pra dizer alguma coisa, ela só queria escapar dali.
Não que tivesse detestado dividir um orgasmo com ele... o problema era aquela vontade de relaxar e aceitar o convite pra passar a noite ali...
Como explicar que tinha gostado dele, de cara, sem que ele pensasse que ela era louca?
Todas as conversas com as amigas, as teorias sobre não mostrar interesse quando estivesse com um cara, pra deixar na dúvida... embora se sentisse tonta demais pra pensar nisso agora, recolheu as roupas e pediu um taxi.

- Fica aqui, dorme comigo, ele pediu mais uma vez.
- Não dá, respondeu ela, não dá mesmo!

"Mas que merda, porque eu aceitei vir pra cama dele? Justo eu que não quero saber de envolvimento"...

- Por que?
- Eu não posso!

"Porque eu gostei de você, da nossa conversa, queria ter esticado mais o papo, ter feito você me conhecer melhor, porque bebi além da conta, e vou me arrepender por não ter estado sóbria o suficiente pra adiar essa trepada selvagem-que-vai-ser-esquecida-assim-que-o-dia-amanhecer".

- Tá, a gente se fala, então...
- Impossível! Não trocamos telefones! Ela quase gritou.
- Então me diz o teu número, ele falou enquanto ligava o celular.
- Tá, é 9999-0000. Meu taxi chegou! E voou porta afora, como uma doida.

"Merda".

Merda foi a falta de jeito depois, quando ela bancou a mulher desencanada, afim de um repeteco e ele fugiu pela tangente.

Depois de mais uma tentativa sem sucesso, ela se desculpou e contou que ia passar uns dias fora da cidade, que precisava arejar a cabeça.

Horas depois, no meio da noite, já na estrada, o celular indicou a chegada de uma mensagem dele: "Boa viagem! Aproveita!"

Ela leu, releu e chegou à conclusão de que a história deles acabou do mesmo jeito que começou.
"Fim de caso".

sexta-feira, junho 24, 2011

"Bem-aventurados os que nada esperam, porque não ficarão decepcionados." JONATHAN SWIFT (In Duailibi)

terça-feira, dezembro 21, 2010

O vídeo é antigo, mas eu descobri ele hoje, e chorei tanto de rir que estou sendo obrigada a publicá-lo aqui. Adoro esses caras!


sexta-feira, dezembro 17, 2010

Motorista, motorista, olha o vômito!


Peguei o lotação Chácara das Pedras, ontem, para voltar do trabalho. Sentei lá no fundão escurinho, como geralmente faço, ouvindo Beatles no meu MP4. Esperava, até ansiava, por uma daquelas viagens tranqüilas, em que a gente esquece da vida, inclusive, do ponto de descida. Mas infelizmente não foi isso que ocorreu.

O amigo motorista parecia tratar o freio como seu brinquedinho particular. Toda vez que nele pisava, os passageiros eram imediatamente ejetados até a frente, para em seguida, retornarem às suas poltronas. Verdes de náusea.

Depois da terceira vez que isso aconteceu, comecei a sentir um líquido quente subindo e descendo pelo meu esôfago. Queria contar a ele que meu estômago é muito sensível. Que, desde criança, nunca fui capaz de realizar a mínima viagem de carro sem tomar uma cartela de Plasil antes. E alertá-lo de que ali, naquele momento, eu não estava preparada para o tipo de chacoalho a que ele estava me submetendo. Mas não tive forças.

Fiquei ali, de olhos fechados, tentando pensar em qualquer outra coisa que me distraísse. Mas quanto mais o lotação balançava e quanto mais o motoriasta brincava de frear bruscamente, mais eu recordava o último passeio de escuna que fiz, ao lado de minha mãe. Vomitei tudo o que tinha direito, paguei um mico federal. Até uma caminha de coletes salva-vidas o guia teve que fazer para mim, pois não conseguia parar em pé. Enfim, se o mesmo acontecesse naquele momento, a culpa seria dele, somente dele, o motorista. Tenho certeza de que os outros passageiros me apoiariam.

Quando estava quase pondo para fora todo o meu tormento, olhei para a frente e percebi que estava chegando a minha hora de descer. Peguei o dinheiro, fui até a frente do carro, cambaleando, e consegui dizer ao motorista "um pouco antes do viaduto". O infeliz parou na esquina da São Manoel, rua seguinte ao viaduto. Naturalmente este cidadão domina o conceito da palavra 'antes'. Mas tudo bem, o importante é que eu estava fora. Respirei fundo e saí caminhando.

Estou pensando seriamente em comprar uma vassoura e começar a ir voando para o trabalho. Por terra anda muito perigoso...

Texto publicado originalmente em O Elemento Fogo, em 12/07/2008

domingo, agosto 15, 2010

Tamancada na Gengiva

Leiam e me digam, existe alguém no mundo capaz de descrever a dor de uma perda com maior maestria do que a Letícia Wierzchowski?

"Meu pai sorriu debilmente e, em seu horror, deve ter achado um desatino que o sol ainda brilhasse, que a sala estivesse limpa e impecável, com seus jarros de flores e sua mobília cuidadosamente escolhida e disposta; era impossível que o mundo permanecesse impávido, que o dia seguisse, o relógio empurrando placidamente seus ponteiros, mesmo depois de ela morta... Ela, por quem tudo existia, o motivo da vida e da graça, do sol e da lua, a busca incessante das marés, o perfume humanizado de todas as flores... Ela, que o encontrara entre os portos, que o acalentara em seus braços, que dera tino e destino para sua vida..."

(Trecho tirado do livro Prata do Tempo)